Imergida


Estou em demasiada nostalgia.
O tempo passou, mas deixou a dúvida de ser ou não ser.
Eu queria poder ter entendido as entrelinhas do tempo passado.
Porém conduzindo a esperança me vi cega por momentos inventados.
Tudo foi vivido. Somente foi de diferentes maneiras.
Mais tempo... Tentando seguir.
Ainda existem marcas pelos cantos. Vestígios de você, dá sua -não mais- presença.
Mais do que inesperado, me vi banhada, mais uma vez, não de lembranças, mas de sua pessoa.
E involuntariamente todo sentimento que demorei anos para estocar em meu peito, aflorou em dobro tirando-me do meu estado de normalidade sentimental.
Antes firme, agora pisando em uma ponte que tende a cair.
Eu já havia desistido de sonhar, de pensar.
Filosofando que o melhor era simplesmente viver o agora.
Discursando abertamente sobre o prazer de não me sentir instável.
Então questões e possibilidades re-surgem.
Treme meu chão. Meu mar calmo se revolta contra mim mesmo, e mais uma vez já não sei para onde ir.
Em meio a tempestade eu disse: "Tudo passou, agora só parece um rio calmo."
De fato, rio calmo, contradição, uma possível enganação e uma vontade súbita de arriscar.
Lembranças atacam-me novamente. Lembranças fracas por tanto tentar apagar.
Já estou escrevendo por cima delas, de novo.


Estou em demasiada nostalgia. Um tanto quanto desse não é bom.
Intensamente imergida.

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