Somos poesia

 


Apesar da dor 

Do peso da despedida

Do toque não dado

Do olhar desviado…

Não há nada melhor do que a leveza da sinceridade

Sempre foi o que tivemos.

O caminho aberto para tudo aquilo que se quer viver.


Foi por isso que não escrevi…

Porque somos poesia

E quando a poesia é 

Não precisa ser escrita

Ela é vivida

Recitada

Vira melodia…


Nunca fomos reticentes

Sempre fomos direto ao ponto

Ao mesmo ponto

A sintonia de uma orquestra 

Intensa, profunda e forte.


Enquanto se é intenso

Não se abre espaço para os devaneios

Mas numa noite fria dessas

Com uma bebida… Um luar…

Nós tornamos alvo de pensamentos…


Pensamentos que nos botam no lugar

Que nos arrastam para o chão

Para a realidade…


Daqueles abraços não dados num por do sol

Daquelas trocas de olhares em lugares públicos

Daqueles contos 

Daqueles beijos de boa noite 

Daqueles arrepios, como dos tantos que tivemos. 


Nada explica nossa sintonia

Nada explica como nossas mentes se completam

Como nossos anseios se conversam

E como nossos corações se comportam.


Nada explica como o tempo nos permitiu

E nos encerrou.


Porém, explicamo-nos.

Nos sentimos. 

Nos deixamos.

Na mesma intensidade em que nos aproximamos.


Não somos calmos…

Somos a intensidade de uma poesia

De uma música clássica direta

Dessas que nos comove

Que nos impulsiona.

Não somos calmos…

Somos a corredeira

Um trem a 400 km por hora

Somos as mais belas cachoeiras

O salto no precipício.

Nós somos nós.


Intensidade, verdade e vontade…


Se fossemos elementais

Seríamos o vendaval. 


Vendaval quando estamos juntos…

Água quando nos despedimos.


Somos água da nossa saudade.

Somos só saudade. E nada mais. 


Tudo começa como um dia chega ao fim…

Sonhos que apagam que você deixou em mim.“


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