Facing the pain


De alguma forma eu te agradeço por eu estar aqui hoje.
Se não fosse por você eu não sei onde eu estaria agora...
Talvez eu saiba. Talvez eu estivesse na felicidade profunda, sem tempo para me delatar à ti, ou na felicidade constante que é quando você está muito bem e não vê nada de errado na sua vida.
Bem, se estou aqui você já sabe... 
Houve um impulso ríspido de algumas células amargas que por dias estavam a se acumular no fundo do meu estômago. Espero que o estrago não me afete tanto, já que elas espalharam seu veneno todo pelas veias do meu corpo. O que me resta é esperar... E claro, aqui estou. 
Não tenho muito para lhe contar, na verdade estou um pouco sem palavras. 
As palavras estão apenas dando voltas na minha cabeça, aleatórias, sem sentido algum e isso piora as coisas.
Não sei o que pensar e nem sei como agir. 
Talvez eu esteja saturada dessas cicatrizes que nunca se fecham, que só enganam, que fingem que desaparecem e voltam cortando em dobro. 
Sabe... Você pode ser cruel as vezes. Bem, na maioria das vezes você é. E é difícil te encarar. Você é dura e inquebrável.
Não há como entender seu ciclo.

Eu me sinto um pouco sozinha as vezes, sem aquele vento que instiga a inspiração.
Mesmo sendo livre não tenho pra onde correr.
E se correr, corro o grave risco de derreter o meu interior nessa grande fornalha que nos espera para que alimentemos-a.

Está feito, meus muros caíram, e agora eu não faço ideia de como fazer para reestruturá-los.
Pode ser que eu os mantenha assim, caídos... Na esperança que o vento leve os destroços.
Eu vou ceder a você o prazer de estilhaçar minhas entranhas e corroer o resto do bom que existe aqui no peito. 
Está feito. 


Sou essa alma inacabada ao construir, pois eu nasci sem muros e só o som da sua voz pode me destruir.

My everything is broken, it's all done.
And there's no air around to fill my lungs. 

0 comentários: