Prisão/ Libertação/ Prisão ...


Foi estranho acordar e ver que tudo que eu sentia passou tão rápido.
Foi eterno enquanto durou, foi intenso.
Mas sumiu mais rápido do que eu esperava.
Não preciso culpar ninguém. Cada um sabe o que fez e o que tem feito.
Só que o efeito que certas atitudes causaram em mim, danificaram boa parte do meu sentimento bom por ti.
Tudo está exatamente igual, nenhuma vírgula fora do lugar. Pelo menos para ti.
Tudo permanece intocável. A única coisa que mudou foi meu sentimento.
Vamos continuar iguais, vamos rir, sair, brincar, chorar...
Só que sem o peso de um amor.
Eu ainda não o vi, mas sei que nada vai voltar a me dominar aqui dentro.

Eu não procurei o amor. Ele veio até mim.
Não escolhi amar. Simplesmente aconteceu.
Sabe por quantas vezes fizeste minha cabeça sem eu precisar pensar?
Inúmeras.
É engraçado como queremos que isso aconteça. De repente lá estamos nós, presos por correntes invisíveis a um certo alguém que não te prendeu por mal, nem por escolha.
Nos vemos atrelados por alguém que nos tira a possibilidade de enxergar a razão e nos faz flutuar até a imensidão desconhecida onde nós nem sabíamos quão alto podíamos ir.
Então a pressão que nos mantinha flutuantes acaba instantaneamente e percorremos o caminho contrário descendo repentinamente até o plano de onde jamais deveríamos ter saído.
Perguntamo-nos onde está o chão, por que não o encontramos...
Mas é que na verdade, nós permitimos dissolver nosso próprio piso, deixando livre diante de nós somente o abismo. Este construído apenas por incertezas de uma repentina boa sensação ao coração. Suicídio.

Demora um tempo, mas nós conseguimos nos recompor.
Traçamos um novo piso, estruturamos-o melhor.
Juramos manter as estruturas intocáveis. Reforçamo-as.
Eis que então, do nada, aparece alguém, e esquecemos de tudo.
E começamos tudo outra vez...

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