Nascemos adormecidos no fundo de um oceano profundo.
Todos dormem ali.
Um brilhante sonho coletivo que chamamos de "realidade".
Há um egoísmo imenso plantado nos corações.
Há um rechaço com quem questiona se aquilo é realmente o sentido que devemos seguir.
Pregam amor, compaixão, solidariedade, mas o coração é uma âncora que guia as profundezas do sono mais profundo.
Todos dormem ali.
Um brilhante sonho coletivo que chamamos de "realidade".
Há um egoísmo imenso plantado nos corações.
Há um rechaço com quem questiona se aquilo é realmente o sentido que devemos seguir.
Pregam amor, compaixão, solidariedade, mas o coração é uma âncora que guia as profundezas do sono mais profundo.
Esse oceano é um mar de lamentações, agonia e melancolia.
Apegam-se a nostalgia sempre sentindo falta do que já foi, mesmo sendo tão ruim como sempre é.
Parece que o passado é algo tão doce e o futuro algo tão esperado...
E nisso esquecem-se do presente. O único tempo que temos.
As vezes sinto meu esôfago arder com essa sensação de sono.
E dói também ver que todos estão dormindo ao meu redor.
Mas a verdade é que não se pode respirar adormecido no fundo de um oceano, que por mais azul que seja, é irreal.
Abro os olhos.
Me espanto.
Choro.
Fico inconformada.
A percepção tridimensional é tão rasa.
Tão escassa.
Tão enganosa.
E é ali onde todos se fixam... Céticos... Conformados... Cegos.
Ainda com os pés fixados na areia do fundo do mar olho para cima e vejo uma réstia de luz.
Pego um impulso e subo.
E pela primeira vez sinto o ar entrar pelos pulmões.
Respirar livre.
A realidade não é o que vemos com os olhos.
Não é o que fazemos com o corpo físico.
Não é mecânica.
A agonia e a reclamação já não faz parte de quem subiu a margem.
E é só o início.
0 comentários:
Postar um comentário