Dismissed



Eu sei que não me ouves, mas gosto de pensar que sim.
Enquanto estou sentada ao lado de minha janela observando a neblina se demorar, lembro quando nossos olhos se cruzaram pela primeira vez.
Meu peito dói, não posso mentir.
Eu estou cansada de pensar que minhas palavras possam ser mal interpretadas.
Eu canso de nada dizer por querer dizer e pensar que não posso.
Eu vivo esperando o dia em que nosso toque seja mais intenso.
Tão intenso quanto as nossas promessas incabíveis...
Inefáveis... Impossíveis...
Palavras profundamente inebriantes que beiram o precipício do indizível.
São palavras.
Falsas promessas.
Sabemos que não vamos a lugar algum.

Tu disseste que virias.
Eu disse que não.
Mas ainda espero-te.
Tudo que vejo é a silhueta de uma árvore em frente ao poste de luz.
Eu espero.
Mas nada.
Essa noite fria de primavera diz-me muito nesse silêncio.
Devo esperar?

Enrolada na coberta em que outrora nos demoramos.
Penso por quanto tempo nós ainda restamos.
Nosso olhar naquela noite...
Um desencontro.
Um para cada lado.
Tu não olhaste para trás.
Desde então eu me questiono.
Volta agora ou volta jamais?



Suddenly



Suddenly you became all my poetry
All my thoughts
All my dreams.
Suddenly you appeared in my life
And became a little bit of all.

Suddenly you organized all that I was thinking
You changed all the kind of feelings that was not good for me.
You made me better.

You made me to drop out all my anxiety
You made me forget everything that was useless.

And now that you are gone
I can feel my stomach burn again
I look for topics inside my mind
And there is nothing to find.
I can feel my heart aches.
Not a simple ache.
It aches a lot.

How could I say no?
How could I give up?
I do not know.
But I would do it again.

I am lost again.
I am blind again.

Camila


De Camilas, basta-me uma
Aquela que não deu certo.
Aquela que encharcou meus dias
De tantas lágrimas que provocou.

De Camilas, lembro-me de uma
Aquela que não me faz esquecer
Que habita e vive nas minhas memórias.

De Camilas, resta-me uma
Aquela que fez morada
Que decorou meu coração
E depois levou tudo com um vento forte.

De Camilas... Nenhuma mais.
Pois bastou uma para marcar a minha vida.
E de todas as Camilas existentes
Só interessa-me uma...
Aquela que me deixou.

Adieu II



É bom saber que voltaste.
Mas morro em saber que não é pra mim.
E em algum lugar a poucas teclas de distância
Tuas palavras estão a ser para outro alguém.

Eu não completo minhas poesias
Elas vem como elas me vem
Assim como tu
Vens, mas não me completa.

Queria procurar-me em tua poesia
Assim como fazes com a minha
Onde tudo que escrevo te descreve.

Mas para mim, não há linha.
Nem nunca houve.
Há apenas uma ou duas palavras
Que não me dizem nada.

Não pergunto onde tu estás
Porque sei muito bem por onde andas.
E sei que nesse lugar
Eu jamais estarei novamente.

Essência



Somos todos cascas.
Uma casca que não diz quem verdadeiramente somos.
É só uma casca
Que não quer dizer nada.
Uma casca que costumizamos,
Que adornamos
Para parecermos alguém que não somos.

Não nos mostramos.
Por que não nos mostramos?
Por que é tão difícil mostrar a alma?
E por que é tão difícil vermos as almas?

A verdade é que
De quando em quando
Temos a felicidade
De encontrar almas
Dispostas a se abrirem
A se mostrarem
A compartilhar parte do seu verdadeiro ser.

A felicidade de conhecer essências
Não se compara com qualquer outra falsa felicidade
Desse mundo sensível.
Porque não é possível que o ser seja visto com os olhos físicos.
Mas apenas com os olhos da alma
Que vibram ao encontrar uma outra.

Intrépido


Intrépido.
Assim, subitamente entrego-me ao alento do teu sorriso.
Abruptamente levanto-me das correntes que me assolam.
Totalmente intrépido.
Simplesmente pronto.

O vento grita lá fora
E mais do que isso
Grita dentro de mim.
Ao mesmo tempo em que sussurro em teus ouvidos
As canções que ontem não me faziam sentido.

Meu pranto,
Antes melodia do meu balanço
Torna-se poesia
Por ti e para ti.
Meu coração saltita
Quase não cabe em mim.

Meu sussurro
Teu sussuro
Ecos inóxios
De uma alma para outra.

Fecho os olhos e me vejo em ti
Sinto teu olhar
A fitar cada vez mais fundo
Mostrando-me que para ti
Eu posso ser o mundo.

Descodificando



Eu tento descodificar o nó de imagens presas em minha mente pra ver se de alguma forma consigo organizar os sentimentos ou entender o que eles significam.
Mas tudo que eu penso vem contra mim.
Tudo que eu posso criar, torna-se o oposto.

Olhei para o círculo e lembrei do momento em que eu o toquei pela primeira vez.
Um círculo que diz muitas coisas... Hoje já preenchido de forma linear.
Linhas que traspassam. Linhas sublocadas. Linhas atravessadas.

Eu tento colocar em imagens as palavras que dizes.
As palavras tornam-se imagens, que tornam-se pensamentos, que tornam-se desejos.
Anseio, de certa forma. Tudo torna-se esperança.

O esperar causa uma necessidade.
Causa um desejo que vira uma pilha de pensamentos...
Que tornam-se nocivos.
Que tiram o sono.
Que tiram a fome.
Que fazem da alma um alvo de tortura.
Uma tortura que pode ser silenciada com o som da sua voz.

Sem backup


Eu apaguei nossas conversas
Nossas fotos
Nossas brincadeiras
Nossas histórias.

Eu tratei te tirar você da minha rotina
Dos meus versos
Da minha poesia.

Eu me esforcei pra não falar
E para o meu infortúnio você também não falou.
E é por isso que estou partindo agora.

Eu apaguei as nossas fotos
As nossas conversas...
E eu não fiz backup.
Foi um segundo de coragem que eu tive, e pronto, tudo se foi.
Eu não fiz backup
E eu nem olhei se tinha algo importante a ser salvo
O mais importante era "nós"
Mas você nunca fez questão de salvar.
Eu não fiz backup
Pode ser que um dia eu sinta falta de algo que só tinha no meio de tudo isso que foi pro lixo. Mas até agora nada.
Eu não fiz backup
E tudo que agora eu lembro, em breve irá se apagar.
Tudo que lembrarei é que algo existiu, mas detalhes?
Me conheço, não lembrarei.
Eu não fiz backup
E você não fez questão de voltar.

Todas as manhãs eu penso em você
Eu lembro de todas as coisas que eu tenho que fazer
E você é uma das coisas que eu nunca esqueço.


Matas-me



Não diga-me onde estarás amanhã.
Eu gosto de pensar que posso encontrar-te.
Em qualquer esquina
Talvez na feira
Ou na loja de discos.

Não diga-me que não vens.
Eu gosto de esperar-te
Mesmo sabendo que talvez
Nunca apontes no horizonte dos meus dias.

Não diga-me que é tarde
Que precisas ir para longe
Que a estrada é longa
Que a tarde é curta.

Não diga-me que desgostas dos livros
que foram devorados nos fins das tardes
Daquele outono quente.

Não diga-me para recuperar a razão que perdemos
Naquelas noites sem amor que tivemos.

Não diga-me:
"- Não me toques!"
Matas-me.

Essa dor fingida de poesia incompleta
E mal compreendida.
Que torra como um pavio curto
E explode cada sentido
De cada palavra solta
Que não passa de palavra
De um sonho bandido.

Platônico


O amor é desejo.
Desejo da tua pele.
Da tua boca.
Do teu cheiro.
Teu gosto.
Teu suor.
Tua presença.

Amor é querer
Ouvir tua voz
Tuas histórias
Teus infortúnios
Ver teu sorriso
Ver teu olhar
Te ouvir cantar.

Amor é desejo
Desejo é querer
Te quero tanto...

Amor carecido
Desejo suprido
Querer realizado
Amor acabado.

Peligro



Destas noites sem dormir
É que vem as poesias que falo para ti ao amanhecer.
Será que posso dizer-te que os sonhos que tenho
Na verdade são desejos?

É tudo ensaiado, meu caro.
Já vi até tua partida.
É claro que quando estou contigo
Nada é igual aos pensamentos.
Sorte a minha...
Meus pensamentos são um tanto quanto cruéis
Gostam de um pouco de sofrimento
E vira tanta angústia,
Que as gotas escorrem de dor.

Tu já foste comigo a tantos lugares
Já preencheste tantos espaços
Ambos incontáveis.

Esses pensamentos sempre me soam inóxios
Mas é meu erro pensar assim...
Tão errado, que depois disso
Tudo é insípido.
É dor provocada.

Sua presença... Sim, parece inofensiva.
Mas me é completamente perigosa.
Não sei o que se passa em mim
Quando estou ao lado seu.
Tu não me falaste que poderia ser assim.
Mas os dias são melhores
Quando quebram o roteiro planejado
Durante toda a noite.
E dou graças que a minha visão platônica
Não é nem um pouco real.

Mas esse perigo...
Pura realidade.


Tua boca não me disse: 
"Cara, tu tá tão perto do perigo!"

Devaneios



O mundo é muito pequeno, disse eu.
E disseram-me:
Não. Você que é amplidão.

Será que tu sabes que
Nessa amplitude
Tu te encontras?

Será que, assim como eu,
Tu revives as palavras
que nos dissemos outrora?

Será que aí do outro lado
Tu sabes a falta que sinto de ti?

Será que daí,
Sentes o que sinto por ti?

Será que tu sentes
Pelo menos um pouco
algo por mim?

Tu tens noção do perigo
Que és?


E agora espero o tempo passar, 
pra ver se tudo passará
Pra ver você passar por aqui, 
ficar por aqui, morar por aqui
Dizer que o que passou não basta.

ART


Que relação temerosa
Você me vem
E é afrontosa
Avassaladora
E as vezes medrosa
Mas em ti eu me acabo
Me és generosa.

Tua melodia me canta
Me põe a pensar
Tua história ampla
Em mim faz brotar
Uma simples planta
Que vive a sonhar
A todos encanta
Basta apenas imaginar.

Se hoje estou aqui
É porque a arte existiu
Lembro que sorri
Quando em mim explodiu
A consciência de si
Do fundo da alma emergiu
Uma enxurrada de amor
Que em mim simplesmente surgiu.

Novo outono


Amores vem e vão
É o que dizem
De casos de verão
Vem com tudo e somem na estação
Em mais um outono qualquer
Bate forte meu coração.

Bate a chuva na janela
Os dias tristes a cantar
Bate uma saudade dela
Meu peito chora a pensar.

Aquele quarto frio
Faz-me lembrar do vazio
Aquele que me dá calafrio
Que sem ti eu vivo sem brio.

Lembro, mas não te espero
Sinto, mas não te venero
Vivo, porque o que eu mais quero
É dizer-te que por nós não me esmero.

Ensaio te pedir pra voltar, porque morro de medo que se vá



"Ensaio te pedir pra voltar, porque morro de medo que se vá."

Tu foste. 
E a cada dia eu morri de medo deste dia.
Sim. Tu foste.
E eu cantava essa frase com dor e peso no coração porque sempre soube que um dia irias partir.
O quando eu não sabia. Mas sabia que partirias.
E que quando chegasse esse dia... Eu sofreria.

Ensaiei todos os dias pedir-te pra ficar
Porque tinha medo que partisse.
Eu vi-te indo para longe.
Tu viste também... Tu sabias. 
Sabíamos.

Bem... Tu foste.
E de todos os ensaios que fiz
Nenhum usei
Nem usarei.
Não por mim... Por mim usaria.
Porque... Vá lá... Sou trouxa.
Mas porquê tu fizeste questão de silenciar-me.
Fizeste de tudo para que eu perdesse a vontade de ver-te todos os dias.
Amargaste teu doce.
Deixaste em mim lembranças de lugares que não posso mais ir sem pensar em ti.
Deixaste em mim uma grande marca no coração e depois trataste como um grande nada.

Mais nada posso fazer
Se não dar-te adeus. 

Todos os meus ensaios pedindo-te para ficar
Foram apenas para atormentar meu coração antecipadamente.
Agora que tu foste... 
Já de nada me servem.

Vai-te logo



Tu não cansas de decepcionar-me
Tua boca, tua voz e teu charme
A mim, já parou de encantar.
Tu, que antes era formosa
Tão linda, serena e carinhosa
Para mim, já tu foste meu ar.

Por que calaste tua voz?
Paraste de falar de nós
Nas madrugadas quentes dos verões
Que aos poucos tornaram-se canções
Canções de amor
Canções de saudade
Canções de desespero
Canções tão incrédulas…
Verões
Verões
Verões que hoje faz frio
Aqui no sul do Brasil
Canções que não sei porque insisto em cantar…

Jurei que não mais faria
Pois tu me tornaste vazia
Não cansas de decepcionar-me
Por isso eu vou deixar-te
Podes então partir
Para esse amor sumir
Então assim…

Descansarei.

Um ponto final


A saudade passou no mesmo momento em que respondeste minha mensagem.
Fez-me lembrar do porquê de não nos falarmos mais.
Essa tua frieza... Esse teu desdém ao lembrar de nós... 
Me incomoda.

Esse coração duro destrói-te.
Não faz-te mais forte.
Faz-te entediante. 
Dá-me sono.
Dá-me preguiça.

Não é legal fingir que não importa-te
Agir com pouco caso.
Descaso.
Isso não faz-te parecer melhor.
Faz-te muito pior.
Faz de ti alguém cada vez mais distante de mim.
Quiçá alguém que nunca conheci.

Mandar-te mensagem fez-me lembrar-me de mim.
E lembrar que de ti...
Nada mais importa.

Amori



Eu preciso me apaixonar.
E não quero simples paixões
quero amores avassaladores
E quero todo dia

Não consigo me imaginar sem sentir
Viver sem estar apaixonada

A comida perde o gosto
O céu perde o tom
A música desafina
Tudo cai ao chão.

Estar apaixonada não é escolher a pessoa que eu quero acordar pelo resto dos meus dias
É renascer a cada manhã
Me motivar cada manhã
Me alegrar cada manhã.

Me apaixonar não é por gênero, nem cor
é amar sem ver a quem
amar, amar e amar
E ao entardecer
amar um pouco mais.

Quando eu amo
Amo de verdade
dedico-me,
entrego-me,
Sofro.

Os meus amores vem e vão
Uns deixam-me devastada quando vão embora
Perco a razão.

Ainda assim prefiro sofrer com amores que terminam
do que passar um dia sequer sem senti-los.

Would



Será que eu não tive razões para escrever durante todo esse tempo?
Muito sentimento ferveu dentro de mim
Muitos ventos balançaram meu cabelo
Mas eu achei que não era justo comigo escrever -mais- sobre você.

Um amor desses não é para ser passageiro
É para ser duradouro
Vindouro
Um amor desses não deve findar assim.

Eu sinto correr pelas minhas veias
E sinto minha pele arrepiar
Sinto não poder ser sincera
te dizer do fundo da minha alma 
o quanto seria bom estar contigo.

Tu não me disseste.
E eu sei que sentiste.
Sei que choraste. 
Sei que não tentaste.
Sei que desististe.

Porque eu me calei...

Sim.

E calaria-me de novo
Para ver até onde teu orgulho tiraria-te um grande amor.
Um amor que não deveria acabar assim.