Romance. Quase romance. Nenhum romance.
Essa foi a vida interrompida que vivemos.
Por um desgosto em agosto onde não se foi mais dito o que se
costumava dizer.
Eu não disse e tu calou-se.
Mas teu silêncio jamais me foi novidade.
Pelo contrário, seu silêncio era vivido.
Vívido como uma flor no pico da sua beleza.
Teu silêncio envolvia meu mar de pensamentos e solidões.
Ah, teu silêncio poderia ter sido a voz mais alta e mais
bela a cantar.
Mas calou-se.
Dissociou-se o amor concentrado no tempo infinito de minha
curta juventude.
Era muito tempo em silêncio para muito amor em plena ebulição.
Dissolveu-se.
Permitiu-se ser livre de um romance. Quase romance. Nenhum
romance.
Deu-se o fim.
Fim de um amor sem começo.
Começo de um sentimento impuro.
Impuro que deveria ser puro.
Puro veneno jorrando por entre as veias.
Veias que por muito tempo pulsaram um amor.
Muito amor. Que no fim, não deu amor.
0 comentários:
Postar um comentário