Adieu.


Banhos gelados me fazem lembrar de ti. 
Porque hoje eu não consigo deixar que a água fria entre em contato com a minha pele, mas antes eu podia, porque era disso que eu precisava quando você estava quente em minha mente. 
Ai que dor que era!
Eu não poderia jamais imaginar a imensidão que existia no meu estômago até sentir o vazio que você era capaz de provocar. 
Como pude viver tanto tempo sem saber onde pisar?
Ah, como era ruim ter você por perto. Não saber a que horas sorrir, não saber a que horas dormir.
Mas ah, como era pior não ter você. Esperar e não te ver. Olhar as horas passarem e não ouvir a sua voz a me chamar, dizendo que já estava pronto para mim. 

Eu adorava quando você sorria sem jeito, se insinuando, fazendo não se importar.
Eu amava o seu jeito de dizer que não dava, que não podia, que teria de ir.
Eu gostava quando a tarde caía e o céu ficava baunilhado. 
E eu gostava tanto do frio. Das nossas mãos a se aquecer uma na outra...

A nossa canção parou de ser composta. 
Nossa canção virou apenas palavras jogadas ao vento. 
Nossa canção... Ah, eu nem lembrava que cantávamos e escrevíamos. 
Mas eu ouvi a canção de outros dois que enquanto um partia o outro dizia que completaria a canção para não se esquecer sem nada se dizer. 

Em nós nada se disse. 
Em nós o tempo andou enquanto a história ficou. 
Em nós restou apenas um adeus fantasiado em minha mente. 
Um ponto final quando não se há mais tinta.

Nenhum adeus. Portanto, adeus! 

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