Die Lüge


E agora nu diante do precipício, o que vais dizer?
Se por tantas vezes mentiste e iludiste. 
Seduziste doces olhos inocentes e despreparados.
Misterioso ébrio fingidor
Mestre na arte da esquiva
Enganador interessante e envolvente.

E se agora despido entre as nuvens pública for a tua alma?
Já não há água ou óleo que possa limpar as manchas que criaste.

Fechando os olhos já te busco e não encontro.
Escondeste-se por memórias irreais das quais já não consigo alcançar. 
E é a ti, estraçalhado alter ego, a quem dirijo minha dor.

Apesar da farsa intrínseca, o doce veneno penetrava como morfina nos campos da dor da alma.
Abstraiu-se de mim por ecos medrosos e apavorantes, mas eu ainda posso te encontrar.
Te encontro, mas não estás lá, pois jaz apenas seu corpo sem vida.
A vida que eu tirei. 


Teu texto, teu sorriso de mentira
pode enganar a todos, não a mim. (...)
Quem vais usurpar agora que ninguém te quer?

Vestígios de você


Como se fosse ontem, vejo a porta abrir trazendo seu sorriso para perto de mim.
Como se fosse ontem, vejo nossas taças de vinho ainda sobre a mesa, brindando ótimos momentos.
Como se fosse ontem, vejo nossa cama desarrumada e nenhuma vontade de sair dela.

Por onde passo vejo cada pedaço de você, que não parece que se foi para longe.
A cada lugar que sinto seu cheiro, é como se a qualquer momento você fosse surgir e me abraçar.

Você é tão presente nos meus pensamentos, que onde quer que eu olhe só vejo nós e nossa vida.
Mesmo distante, meu coração me faz capaz de te tocar e aumentar o meu amor cada segundo que passa.

Lembro do silêncio, e como nosso silêncio era bom.
Lembro das nossas conversas. Incrível saber que passamos horas conversando sem se cansar. Sem ver o quanto o tempo passou.

Se a minha voz pudesse ecoar no passado, eu diria em seu ouvido: "Eu queria que você estivesse aqui!"

Seis


São seis as vezes que me lancei ao mar para sentir o peso das ondas.
São seis os lugares do mundo em que estive sentindo o gosto e prazer do vento.
É tão bom poder agora não precisar mais ter medo da chuva. 
Ter braços largos e quentes a minha volta.
Ter só pra mim os melhores beijos que alguém pode dar.
Ter lindos olhos esverdeados me prendendo com um sorriso.

São seis as faces do cubo.
São seis as vezes que nos tocamos.
São seis os melhores meses que já tive.

Seis... Que somado com dois dá oito, que virando de lado forma o infinito, que é o tempo que quero estar ao seu lado.

"Se o meu lar for onde houver tua respiração, vou morar na tua voz."

Au revoir



- Vamos ser amigos.
Foi o que ela disse naquela tarde chuvosa.
Bastou essas poucas palavras para perfurar os ouvidos dele.
Ela estava em busca do grande nada de que todos esperam cultivando algo com medo de perder, mas sem interesse algum.
Nele brotava algo maior, um sentimento que poderia tomar conta de uma vida inteira.

Bastou poucas palavras para dilacerar um coração jovem e confuso apenas criando raízes, essas arrancadas antes mesmo de serem fixadas.

- Não há nada que eu possa fazer por você.
Ela disse enquanto ele esperava reciprocidade.
Ao mesmo tempo, não queria o perder. 
A comodidade de alguém que fazia tudo a deixava segura.

Inseguro seguiu, deixou como estava, tentando abster-se de um sentimento que o corroía por sentir sozinho.
Custou a passar. Mas encontrou alguém.

Ela sentiu falta. Foi atrás.
- Só quero a sua amizade.
Disse na esperança de que tudo pudesse ser como outrora.

Ele apenas disse: "Eu deixo tudo pra você já que eu não quero mais."


Lembrar você me faz acreditar que eu posso te esquecer e qualquer
outro dia se você me ver, não venha me chamar.