Come and go

Entristecida com o abandono, recorrendo a algo que lhe pudesse ter controle.
A mudança fez com que ela fosse obrigada a nadar por águas desconhecidas.
Tropeçando por não conhecer os buracos, ela seguia. Triste e só.
Por longo tempo se viu sozinha, porém, seu passado a acompanhava, porque a história não poderia ser apagada. Possuía consequências.
Erros impensados a levaram a perder o que ela presava. 
Mas como controlar o impulso?
Ela sabia que estava errada, mas não conseguiu conter-se.
Não sei dizer o que foi pior... 
Errar ou não ser perdoada.
Seu amor a deixou. Compreensivelmente.
Com sofrimento seguiram.
Altos, baixos.
Ambas encontraram outro alguém.
Viveram mais um tempo de momentos alegres e outros de tensão. Mas tudo bem. É assim mesmo.
Desnorteadas, perderam-se de quem as acompanhavam e se encontraram sós em um bar.
Investidas de um blues intrínseco e sintonia existente somente entre elas, falaram de si...
Falaram das outras... 
Pararam de falar...
Beijaram-se.
E toda a dor do abandono voltou com um simples beijo banhado de desespero.
Era uma festa. Não pensaram no amanhã. Não pensaram. Só agiram. Só beijaram.
E amanhã?
Ah... Deixa para amanhã.

"Why don't you come and go with me?
Come with me until we end up tired...
Or live me alone."

Our sunset

Não posso prometer ficar, tampouco prometer voltar.
Tomamos um rumo diferente do que sonhamos no passado.
É diferente agora que podemos por em prática tudo o que queríamos quando mais jovens, agora nós podemos fazer acontecer. Só não podemos nos permitir acontecer.
De cá, tão longe, me sinto só. E ao mesmo tempo que me conforta ver o que tens vivido me sufoca por não estar perto.
Lembra quando corríamos de olhos fechados sem medo de tropeçar e cair?
Lembra quando no frio nos abracávamos e desvendávamos o formato das nuvens?
Lembra que nos dias de calor sentávamos em meio as árvores e ao entardecer caminhávamos sem nos preocupar com o tempo?
Quando volto em mim, só lembro que minha única preocupação era ver se estavas bem ou se precisava de algo. Saía da escola correndo para te encontrar logo. 
Quando não estávamos juntos, eu só queria estar perto.
Mas crescemos. E a despedida fez com que brigássemos muito. 
Lembro do quanto sofri, mas não lembro de quão profunda foi a dor. Só lembro que senti.
E sem falar nos quilômetros que nos separavam, também distanciamos nossos corações.
Não procurei as fotos dos momentos que marcaram... Mas eu encontrei no baú ao acaso. 
E como dói ver que a distância nos fez vilões de nossas próprias vidas.
De longe já não posso mais te proteger, só posso ver como estás se saindo agora que cuidas de ti mesmo.
Fico feliz em ver que estás feliz, e feliz em ver que já não precisas mais de mim, assim como eu não preciso de mais ti.
Mas o que realmente dói não são as lembranças e nem a falta, mas sim a vontade de precisar escrever uma história ao seu lado e sermos felizes como sempre fomos sem ter nada, tendo somente a nós.
Não vou voltar, o meu sonho é aqui.
 Tão distante do seu.