
Chega uma hora em que é necessário marchar em uma nova direção.
Desconhecido, é como se estivéssemos vendados. Sem escolha, nos jogamos.
Inerte fui. Hora relutante. Relutância era único tipo movimento.
Obstinando as situações, as vivia. Sem vida presente. Só respirando.
Meu quarto, tão pequeno, se tornara infinito em minha mente, andando sem direção em forma de fuga.
Por que?
Quando mudei-me para a nova vida, julguei ser diferente. Havia planos, havia cor.
Se tentar lembrar de alguma vez em que a tristeza tomou conta, será em vão.
Sorrisos sempre cercavam nosso viver.
Quando você se depara com alguém, você só descobre quem ele é com o tempo.
E o anjo chegou, descolado, bonito e risonho...
Com ele foram vários...
Toda a inércia que antes contia todos meus movimentos fora embora e se tornara alegria.
MOMENTÂNEO.
Aquele anjo possuía o dom da fala.
Mas não qualquer fala. Falar mal.
Ferindo mais que uma espada afiada, ia correndo por todos os cantos e esfaqueando tudo e todos que estavam ao redor.
Aqueles que, de per si, não conseguiam se defender.
E eu, que sempre tive tanta facilidade em esquecer o que era ruim, tenho dificuldade para sanar essa mágoa.
Tantos nomes, números e feições guardadas na memória, cada qual guardado com tanto cuidado, sem nada para estragar, me deparo com a escuridão de uma dor causada por um anjo maldoso com a única intenção de torturar a alma.
Não desejo mal, só desejo que estejas sentindo o dobro da dor de suas próprias garras no interior de todas as almas que perturbaste.
Já que agora vives só.
Até que ambas, por tanto se debater com a ardência, possamos eliminar a dor que implantaste em nós.
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