Quero viver. Viver com você.


Estou precisando de tempo, estou precisando de espaço.
De ar puro, de vida nova.
Onde o silêncio volte a ser apenas o silêncio, sem ser constrangedor.
Onde meios sorrisos tomem o lugar de mil palavras.
Quero poder voltar a apenas ficar observando as estrelas e virar a noite conversando sobre nossa história.
Rir daquilo que só a gente sabe. Fazer piada. Rir de nada.
Ver o sol nascer e relembrar da noite inesquecível que passamos.
Perder tempo falando de vida, de pessoas e de ocasiões.
Imaginar nosso futuro cada vez mais perto. Eu e ti. Tu e eu.
Ansiar por abraços ainda não dados, por conversas ainda não tidas.
Esperar juntos pelo momento que sonhamos chegar... Em breve.
Sempre em breve.
Outrora risos, abraços, brincadeiras, parceria.
Hoje.
Silêncio. Só existe passado e sonhos frustrados.
Quem estava antes, não permanece agora.
Quero um novo tempo, quero paz.
Quero re-planejar, quero viver.
E o que for de ser, será.

ps: Eu sei das impossibilidades, eu sei da falta de sintonia, mas isso não quer dizer que eu nunca quis, não quer dizer que ainda não quero. Presente passou, mas peço que lembre com carinho, assim como eu lembro. Amizade não termina assim.


Viverei. Não esquecerei.


Ah, quanto amor eu vivi. Vivi sozinho, na esperança de que um dia você pudesse aqui estar.
Quanta dor senti, preso entre paredes imaginárias, mas impossíveis de transpassar.
Quantos sorrisos na espera de uma resposta que jamais viria e que eu tanto insistia em esperar.
Papo vai, papo vem. Horas de diálogo e sorrisos. Mas o assunto jamais foi "nós".
Por muito tempo eu me conformei em ter apenas o seu sorriso por perto sem pertencer a mim.
Achei que seria forte o suficiente para apenas desejar-te a felicidade.
Ora! O amor não é posse, mas sim querer bem, querer felicidade. Isso bastou para mim.
Momentaneamente.
Tempo rude! Afastou-me de ti. Como avalanches constantes e incessantes. Neve caindo por cima da neve. Congelando mais. Distanciando mais.
Eu vivi. Eu sorri. Eu chorei. Mas não me esqueci.
O espelho revelou-me a dor da falta. Gritei: onde está?
Eco. Apenas eco. Eco de minha desesperada voz.
No fundo de dois olhos claros se encontrava correntes inquebráveis de um /quase/ amor.
Sempre acreditei na distância e na proximidade. Porém ambas são donas de um sofrimento absurdamente sufocante. Ambas trazem consigo a dor. Dor do amor, da perda, da felicidade, da depressão, da paixão, do desespero...
Não se segura o tempo, ele passa. Dor passa, dor não passa.
Minha dor passou, sentimento marcou.
Se sinto tonturas. Se me perco em próprios pensamentos e se quando estou sorrindo essa simples graça desaparecer, é porque lembrei-me de ti.
Sim, ainda penso. Tempo passou, vida marcou.
Traços de história mal vivida. Trapos de história mal cumprida.
Essas cicatrizes são marcas que o coração jamais conseguirá apagar. São cicatrizes. Elas perdurarão para sempre com a função de lembrar.
Seguirei a estrada, viverei.
Viverei. Amarei. Sorrirei. Mas jamais esquecerei.

Insensatez


Outro dia lindo acabara de nascer, nenhuma nuvem. Apesar de eu gostar dos desenhos que as nuvens formavam no céu, eu preferia o completo azul.

Outro passeio no lago pela manhã e a brisa surrando meu rosto. Tudo normal. Aparentemente.

Um aperto súbito fez meu coração pulsar mais rápido e eu não conseguia entender o que estava acontecendo. Manchas vermelhas saltavam brutamente de minha boca enquanto tossia. Engraçado como tudo começou a girar e o ritmo de tudo aumentou.

Ouvi canções, orquestras rápidas, violinos agressivos, aumentando... Aumentando.

Céu coberto por nuvens carregadas. O que aconteceu com o céu azul? Estou sonhando? Não mais estou no mesmo lugar que antes.

Meu vestido está pesado demais e o vento não deixa eu me mover.

O que são estas coisas? Sinistras demais para serem borboletas, pequenas demais para serem morcegos.

Corro. Corro mais rápido. Não encontro nada.

Meu joelho cedeu. Levanto. Caio novamente. Arrasto-me. Preciso fugir. Cadê o lago? Prefiro me afogar a passar por essa agonia.

Ele está cada vez mais longe. Será meus olhos? Será ilusão?

Chego. Jogo-me. Estou me afogando. Estou agonizando. Não, não estou mais. Tudo está escurecendo. Minhas pernas não mais lutam com a água. Pernas? Eu ainda tenho pernas? Não as sinto. Já tive braços? Se tive, já não estão mais aqui. Pensamentos... Desaparecendo... Vida... Onde?

Súbito susto. Nada aconteceu. Só imaginei como seria caso você não voltasse.

Sim, estou te vendo. Meus olhos estão iludidos. Estou indo a loucura com ou sem você.

Mundo pesado demais. Não prefiro voltar pra lá. Trancaste-me em teu mundo para aqui permanecer. E já não volta, já não queres me libertar.

Branco. Inteiramente branco. Olhos para a realidade mais uma vez. Maca. Enfermeiras. Espelho. Descabelada.

“Hora do medicamento”. Diz o eco.

Grito. Qual é a realidade?

Homem de preto, olheiras. “Existe realidade?” Sorriso maldoso.

Fecho meus olhos. Não mais desejo viver. Não mais os abrirei. Completa insensatez.

Você sempre teve razão


Hoje eu percebi.
Sim, você sempre teve razão.
Talvez eu seja mesmo um egoísta que só consigo pensar em mim mesmo.
E me pergunto: ''Pra quê? Do que adiantou todos os momentos que tivemos?''
Talvez os todos os momentos que tivemos serviram pra hoje eu poder me dar conta de que eles não salvariam nenhuma alma, nenhuma amizade, nenhum carinho.
Foi só um amor. Mais um amor perdido. Mais um sofrimento vão.
E se hoje não significa nada, significa que um dia significou.
Mas assim como as estações mudam rapidamente...
Assim muda a nossa vida.
Não há nada o que eu possa falar. Senão um...
I'm sorry.
Também vão. Hoje vazio. Insignificante.

"Foram tantas brincadeiras, tantas conversas, tantas risadas e olhe agora. Nem conversamos mais."

Importa não se importar?


Ultimamente tudo tem significado nada.

Eu cultivei coisas, não por gostar, mas por considerar.

Ao perceber que tudo que havia acontecido, já não importava mais.

Vesti a armadura forte de como quem não se importa

Parei com o sentimentalismo

Chorei menos

Não fui atrás.

Mas não como quem se dói, mas sim como quem não se importa.

E por não se importar, não mais chorei por amor.

Já nem lembro mais da última vez...

Mas consigo lembrar me da última vez que senti uma amizade partir.

Isso consumiu muito mais que muito amor que tive.

Como tudo. Tudo passou.

Final de verão... Vem março... Acaba março, acaba calor.

Sempre foi assim

Mas já sinto meu coração congelar antecipadamente.

É mais fácil viver assim... No inverno.

Sem se importar ou sem ao menos querer se importar.

Porém não quer dizer que é assim que quero viver e que estou feliz com isso.