Aurora


Eu quase já não me lembro mais do seu nome. Sinto que o vento gelado do inverno em que passei todos esses anos passou e simplismente arrancou de minha boca.
Lembro de todas as noites que passei em claro no chão gelado de meu quarto gritando desesperadamente por você, mas você nunca veio.
Jamais foram doces as lágrimas que escorreram pelo meu rosto quando pensava em você. Sempre foram lágrimas amargas e saiam dos meus olhos com muita força e dor.
Por vezes tentei mudar meu foco, por vezes tentei te esquecer, até mesmo achar um novo amor, em vão, pois só me fez sofrer mais. Um beijo que era teu, somente teu, dado em outra pessoa, um toque, um gesto, um momento que tantas vezes imaginei tão perfeito ao teu lado, agora vividos com outra pessoa. Abandonei.
Então, sozinha, sempre te imaginava do meu lado, sorrindo, alegre, viva, feliz; até me dar conta que tudo não passava de fantasias perfeitas... Até me dar conta de que o perfeito nunca existiu nem existirá. Foi a pior e mais dolorosa queda que eu tive, mas enfim aconteceu.
Meus dias, antes escuros, aos poucos ganhara cor novamente, minha cabeça ficou mais leve, e finalmente senti o ar puro e fresco circular dentro de mim. Agora tudo ficou simples e claro... Livre.
Quanto a você... Quando escuto seu nome não sei mais diferenciar se é bom ou ruim, simplismente passa e não fica.
Quem é você? Simples. Agora é nada.
Pois a consequência de ter pronunciado o seu nome tantas vezes, foi virar pó. Assim como o pó me é insignificante.
Mas que diferença isso faz? Afinal, eu nem me lembro mais seu nome.

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