Percebi que não sou artista
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amorefolhassecas
on terça-feira, 21 de julho de 2020
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Sempre vivi coberta por um mar escuro.
Um breu sofrido com pouca esperança em se encontrar com a luz.
Percorri milhares de quilômetros para perceber que a essa luz não está nesse mundo.
Percebi que enquanto eu procurar a luz de forma física, não encontrarei.
A luz vem de dentro.
Demorei para saber que só eu tenho o poder de acender.
E com isso ascender.
Pode ser que quando a gente acha que tudo vai acabar é onde tudo vai começar.
Mergulhei no meu infinito
Esse que me conecta com o Todo
E vi que é tudo maior do que eu achei que sabia
O que vemos... Nada é.
Busquei conhecimento
Que ainda é nada comparado a tudo que preciso viver e saber
Encontrei alguma paz.
Me entendi.
Me compreendi.
Me aceitei.
Percebi que não sou artista
Sou um pincel.
Parte da obra.
Parte do Todo.
Sou e pra sempre serei um pincel quebrado
Com cerdas rebeldes
Dessas que borram o desenho.
Percebi que posso encontrar a paz
Mas que meu papel nessa obra necessita do escuro.
Necessita da catarse.
Necessita da dor.
Sinto que não estou ancorada.
E agora estou de bem com isso.
A obra precisa do pincel quebrado com cerdas que manchem a folha.
A obra perfeita é a intensão e não as imperfeições que se mostram no papel.
Sei que minha missão requer entender a dor do mundo
E para entender preciso sentir.
E dói.
E me sinto tão pequena e incapaz de resolver alguma coisa.
Mas tudo está bem, porque não sou artista...
Sou parte da obra, sou o pincel.
Para a dor passar é preciso passar pela dor.
Para ajudar alguém a se curar, é preciso saber como é não estar são.
A lágrima nem sempre é de tristeza, mas de intensidade.
De emoção.
De empatia.
De conexão.
De amor.
A dor não é o mal, é a salvação.
Além do que eu vejo
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amorefolhassecas
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O que há por trás desse céu azul?
Essa redoma impenetrável só aumenta conforme se busca.
Milhões de anos luz e não se sai dela.
O que há além do céu?
Desse céu que podemos ver...
Seja da Terra ou do Espaço.
O que há?
Ver não se pode.
Sentir, talvez.
Fechar os olhos e alcançar a beira do universo.
Fechar os olhos e saber.
Esse saber não se explica.
Não se prova.
Não se discute.
Se sente.
De todas as certezas, se há alguma certeza...
É de que eu não sou daqui.