Platônico


O amor é desejo.
Desejo da tua pele.
Da tua boca.
Do teu cheiro.
Teu gosto.
Teu suor.
Tua presença.

Amor é querer
Ouvir tua voz
Tuas histórias
Teus infortúnios
Ver teu sorriso
Ver teu olhar
Te ouvir cantar.

Amor é desejo
Desejo é querer
Te quero tanto...

Amor carecido
Desejo suprido
Querer realizado
Amor acabado.

Peligro



Destas noites sem dormir
É que vem as poesias que falo para ti ao amanhecer.
Será que posso dizer-te que os sonhos que tenho
Na verdade são desejos?

É tudo ensaiado, meu caro.
Já vi até tua partida.
É claro que quando estou contigo
Nada é igual aos pensamentos.
Sorte a minha...
Meus pensamentos são um tanto quanto cruéis
Gostam de um pouco de sofrimento
E vira tanta angústia,
Que as gotas escorrem de dor.

Tu já foste comigo a tantos lugares
Já preencheste tantos espaços
Ambos incontáveis.

Esses pensamentos sempre me soam inóxios
Mas é meu erro pensar assim...
Tão errado, que depois disso
Tudo é insípido.
É dor provocada.

Sua presença... Sim, parece inofensiva.
Mas me é completamente perigosa.
Não sei o que se passa em mim
Quando estou ao lado seu.
Tu não me falaste que poderia ser assim.
Mas os dias são melhores
Quando quebram o roteiro planejado
Durante toda a noite.
E dou graças que a minha visão platônica
Não é nem um pouco real.

Mas esse perigo...
Pura realidade.


Tua boca não me disse: 
"Cara, tu tá tão perto do perigo!"

Devaneios



O mundo é muito pequeno, disse eu.
E disseram-me:
Não. Você que é amplidão.

Será que tu sabes que
Nessa amplitude
Tu te encontras?

Será que, assim como eu,
Tu revives as palavras
que nos dissemos outrora?

Será que aí do outro lado
Tu sabes a falta que sinto de ti?

Será que daí,
Sentes o que sinto por ti?

Será que tu sentes
Pelo menos um pouco
algo por mim?

Tu tens noção do perigo
Que és?


E agora espero o tempo passar, 
pra ver se tudo passará
Pra ver você passar por aqui, 
ficar por aqui, morar por aqui
Dizer que o que passou não basta.