ART


Que relação temerosa
Você me vem
E é afrontosa
Avassaladora
E as vezes medrosa
Mas em ti eu me acabo
Me és generosa.

Tua melodia me canta
Me põe a pensar
Tua história ampla
Em mim faz brotar
Uma simples planta
Que vive a sonhar
A todos encanta
Basta apenas imaginar.

Se hoje estou aqui
É porque a arte existiu
Lembro que sorri
Quando em mim explodiu
A consciência de si
Do fundo da alma emergiu
Uma enxurrada de amor
Que em mim simplesmente surgiu.

Novo outono


Amores vem e vão
É o que dizem
De casos de verão
Vem com tudo e somem na estação
Em mais um outono qualquer
Bate forte meu coração.

Bate a chuva na janela
Os dias tristes a cantar
Bate uma saudade dela
Meu peito chora a pensar.

Aquele quarto frio
Faz-me lembrar do vazio
Aquele que me dá calafrio
Que sem ti eu vivo sem brio.

Lembro, mas não te espero
Sinto, mas não te venero
Vivo, porque o que eu mais quero
É dizer-te que por nós não me esmero.