As terças podem se inverter


Eu vivi um inferno em dois dias
E voltaram aquelas oscilações inconstantes de outrora
Aquelas que eu acreditei que não mais passaria.
O desprazer da incerteza
A angústia da espera
O adiamento do previsível lamento
A negação
O afastamento.

Eu vivi dois dias coberta com um manto de desolação
Chorando sem saber se a dor iria parar
Mesmo sabendo que um dia ela passa
A pressão no peito é tão forte que por um segundo acreditamos que a dor vai ser eterna.

Ah, eu me lamentei por dois dias...
Até aceitar a situação
Até entender que não me querias como eu te quero
Até entender que não há mais maneiras de seguir em frente.

Eu passei horas sem me levantar
Imersa em pesadelos com a tua face
Abria os olhos e te via
Fechava os olhos e te encontrava.
Eu passei horas me debatendo de dor
Procurando algo sólido
Remexendo os pensamentos.

Eu encontrei meu erro...
O mesmo de sempre.
Não se pode dizer o que sente.
Segue-se calado até o fim da estrada para que ela possa ser prolongada.
E como o fim do verão...
As folhas voltam a secar.


Ensaio te pedir pra voltar, porque morro de medo que se vá.

Rima da saudade



Sinto falta das fotos que não tiramos
Sinto falta dos momentos que nos amamos.
Sinto falta do sol a arder de dia
Pois sabia que quando ele se deitasse, logo eu te veria.
Sinto falta das madrugadas
Beijos, carícias e mãos suadas.
Sinto muita falta do seu sorriso
E da sua preocupação ao dizer "tenha juízo".
Sinto saudade da sua pele
E de um lugar quente que eu não me congele.
Sinto sua falta, por aqui tu não estar
Mas vives no peito onde é o seu lugar.
Sinto falta do seu toque, seus gestos e seu jeito.
E é nisso que penso toda vez em que me deito.
Por fim quero que saibas que a ti eu me rendo
E é por isso que a saudade está aqui me corroendo.
Nada posso te cobrar, mas te peço por favor,
Não sumas de mim agora, pois por ti já tenho amor.