Esquizofrenia


É compreensível a solitude, mas por muito não é aceitável.
Provar o doce amargo do prazer de sentir-se bem consigo e só, rendemos a nós mesmos trilhas de histórias traçadas e vividas com personagens que nem se quer existem.
Não sabemos dizer quão efêmero é ou quão bom isso soa. Hora bom, hora ruim. Arriscar a tentar a si mesmo é a regra.
Em um simples salto de olhos fechados teletransportamo-nos à uma dimensão inabitável por qualquer outro ser no universo, onde só existe nós mesmos permitindo-nos simplesmente ser.
Enquanto queimamos lentamente e bruscamente como um cigarro sendo sugado, vamos voando dentro de nós mesmos e vivendo tudo que queremos. É nosso lugar, não há impossibilidades, há tudo que queremos que exista...
... Por um momento.
Tudo volta cedo ou tarde. Envolvidos por um bloco de grande nada vivemos nossa vida simples buscando o que só existe em nosso interior.
Criamos, voltamos, percorremos, voltamos, traçamos, voamos, corremos, voltamos.
Idas e vindas incontáveis.
Sonhos misturados com a realidade que não sabemos mais quem é o que ou quem é quem.
Fixamo-nos em um lugar, muitas vezes indesejado, mas somos obrigados a viver.
Por isso a solitude é tão confortável. Nos proporciona o gosto que realmente temos.
E quando passa nossa própria loucura, continuamos andando atrás do que queremos.


"Tudo pode estar lá... E eu aqui."